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História

          Um jovem rapaz se encontra na porta do grandioso Partenon, um dos maiores monumentos culturais da história da humanidade. Os cabelos negros balançam com ritmo junto ao vento e sua camisa de seda e calça sociais pretas esquentam o corpo do moço, que observa a paisagem debaixo do Sol.

         “Este sou eu, um simples jovem descansando sobre o poderoso templo de Atenas...”

         “Pare de resmungar, seu idiota”, ecoa uma voz grossa na minha mente. "Já cansei de ouvir você falando sozinho".

         “É minha vez de ficar de plantão, Thymo”, reclamo para a voz.

         “Parem de brigar vocês dois, estou tentando dormir”, outra voz ecoa, mas esta era mais suave, diferente da primeira. Era Adia.

         “Ok, ok. Daqui a pouco os alunos começarão a chegar, então parem de atrapalhar meus serviços”.

         “Está bem” ecoaram as outras duas vozes.

         Era possível observar um grupo de pessoas à caminho do Partenon. Os primeiros alunos finalmente começaram a chegar.  

         "Alunos? Por que fazemos isto mesmo?", a primeira voz reclama novamente. "Sinto falta de guardar o portão do submundo e comer mortais“

         “Não reclame tanto Thymo, a vista daqui é ótima. Além disso, foi o mestre Hades que nos designou para este lugar”.

         “Não seja tolo Synk, a culpa é de Zeus por estarmos aqui! Se ele não tivesse-"

         Antes que Thymo pudesse terminar a frase, um trovão ecoa no céu, fazendo-o brilhar em plena luz do dia.

         “Não devia falar assim dele Thymo e você sabe disso. Nunca se sabe o que pode acontecer se ele ficar zangado conosco...” Antes que eu pudesse responder, senti uma mão pousar em meu ombro. A presença densa atrás de mim dispensava que eu me virasse para ver quem era.

         - Pare de ficar latindo Cerberus - disse Hades, em meio a sombras - Desse jeito você vai assustar os mortais. Não quero que Atena reclame para Zeus sobre isso depois.

         Após suas palavras que apresentavam um tom impaciente, o Deus do Submundo desaparece exatamente como surgiu. Nenhum de nós tínhamos vontade de falar mais. Como acabamos de levar uma bronca do mestre Hades, voltamos à nossa tarefa.

         Nosso dever é vigiar o portão da Escola dos Imortais. Este lugar ensina aos mais diversos deuses e semideuses sobre o mundo atual. Mestre Hades é o coordenador disciplinar daqui, enquanto Zeus é o diretor da escola. Os professores são os deuses do Olimpo.

         “... Apesar de que a Medusa dá aula também” reflete Thymo, me interrompendo.

         “Isso me lembra do dia em que ela quase petrificou toda a sala dela” relembra Synk.

         “Como isso aconteceu mesmo?” pergunta a terceira voz.

         “Adia” chama as duas outras.

         ”Você não estava dormindo?” pergunta Synk.

         “Como se fosse possível dormir com vocês dois discutindo e conversando” responde Adia. “Ainda levei bronca do mestre Hades por culpa de vocês, mas já estou acostumado. Por que Medusa quase petrificou a sala dela?

         “Você não se lembra Adia?” questiona Synk surpreso.

         “Não”, responde no mesmo tom de voz de antes, e complementa com seu tom apático:

         “Isso nem mesmo é da nossa conta. Nosso dever é apenas guardar esses portões para que nada aconteça aos alunos e funcionários da escola.”

         Sync percebe o quão áspero fora Adia e ganhou dele com poucas palavras:

         “Oown, queridinho do mestre!”

         Thymo já não aguentando mais a discussão, explode:

         “Ora, já chega! Olha Sync, Adia tem razão, temos um único objetivo aqui, que é servir ao Mestre Hades. “

         Após uns momentos de silêncio, Cerberus avista ao longe uma das alunas do Partenon chegando, linda e radiante como sempre fora. Synk não perde tempo e começa suas gracinhas:

         “Vejam, vejam! Aquela não é a garota pelo qual o mestre está caidinho?!”

         Como já era de se esperar, Thymo responde com a voz ríspida:

         “Você não sabe quantos problemas você pode causar à ele se continuar falando em voz alta, seu vira-lata retardado!”

         “Realmente, o mestre sofre diariamente devido à esses sentimentos, Ele seria mortalmente recriminado se descobrissem que o coordenador da escola se apaixonou por uma de suas alunas.” Afirma Adia, agora com certa complascência na voz.

         “Oops, eu não queria prejudicar o mestre. Desculpem pelo comentário.” Completa Synk.

Adia aprova sua mudança de pensamento.

         “Muito bem Synk. O mestre ficará feliz em saber que você está amadurecendo.”

Enfim, a garota chega aos portões do templo, para na frente do rapaz apático e fala, o cumprimentando:

          - Bom dia, Cerberus! Obrigada por sempre cuidar do nosso recanto de conhecimento!

Logo, o rosto sem expressão toma uma nova forma.

         - Boníssimo dia, Perséfone! Não precisa me agradecer todos os dias, estou apenas seguindo as ordens que me foram passadas.

         - He heh! Mesmo assim! - Fala a garota, alegremente - Mas bem, preciso ir. Tenho aula de música com o professor Apolo agora!

         - Então vá. Não quero que se atrase por minha culpa - Responde o rapaz educadamente.

         - Até depois! - E a menina entra saltitante no Partenon.

         “Hmmm, mais um dia agradável de trabalho!” Pensa Synk, mas logo é interrompido por Thymo.

         “Ha! Bem pelo contrário. O dia está apenas começando, e eu não vou aguentar ficar olhando para a cara de todos aqueles pivetes mal educados pela centésima vez!”

         “Pois então faça o que sempre faz, Thymo, vá dormir no seu canto. Eu e Synk damos conta do serviço!” Responde Adia, rispidamente.

 

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